13:58 16-11-2025

BYD e Mitsubishi questionam as estrelas da ANCAP

A BYD Austrália sustenta que o sistema de estrelas da ANCAP ficou tão intricado que o comprador comum tem dificuldade para distinguir notas emitidas em anos e protocolos de teste diferentes. O chefe da marca, Stephen Collins, ressaltou que o ciclo de atualização de três anos e a lista cada vez mais extensa de critérios transformaram a avaliação de segurança em um verdadeiro labirinto. Para quem está escolhendo um carro, separar versões e metodologias já parece um trabalho de bastidores que pouca gente quer assumir.

Para simplificar o cenário, a ANCAP introduziu um prazo de validade de seis anos para as classificações, mas a percepção do público não acompanhou. Enquanto isso, todos os modelos atuais da BYD mantêm cinco estrelas dentro dos padrões de sua época, ao passo que muitos rivais — do Hyundai Kona ao Suzuki Swift — hoje ficam com quatro ou até três. Na vitrine, contagens de estrelas descontextualizadas tendem a gerar sinais contraditórios, sobretudo quando os protocolos evoluem mais rápido do que os folhetos. Sem referência clara, a régua perde parte do seu sentido.

Collins também destacou que a marca persegue segurança máxima, com recursos como eCall obrigatório em novos modelos, entre eles o Sealion 8. Ainda assim, a BYD está disposta a lançar um carro com quatro estrelas se essa configuração atender melhor ao que os clientes vêm pedindo. A lógica é pragmática: entregar o que o público valoriza, sem perder de vista o essencial.

A Mitsubishi adota uma postura semelhante: a empresa considera que buscar as cinco estrelas está ficando caro demais e nem sempre se justifica. Pelos protocolos mais recentes, um veículo com quatro estrelas pode ser mais seguro do que um cinco-estrelas de gerações anteriores, mas transmitir essa nuance aos compradores segue sendo um desafio. Fica a lembrança de que o contexto pesa tanto quanto a nota final — e que clareza pode valer, para quem está decidindo a compra, tanto quanto as próprias estrelas.