19:44 20-11-2025

Mercado de elétricos na UE desacelera: a visão da Hyundai

Para Xavier Martinet, chefe da Hyundai na Europa, a expansão real do mercado de carros elétricos ficou aquém do que se projetava. As previsões de que, até 2025, os elétricos alcançariam 31% de participação não se confirmaram: o mercado da União Europeia parou em 16%. A diferença expõe um consumidor mais prudente, pressionado por energia cara, incertezas econômicas e tensões geopolíticas.

Ele ressaltou que os compradores evitam se comprometer com modelos de alto preço, enquanto os fabricantes precisam de subsídios estáveis e de regras claras e coerentes. Nesse cenário, a Hyundai manterá um portfólio misto — do motor a combustão aos 100% elétricos. Hoje, os elétricos representam 19% das vendas da marca na Europa, ligeiramente acima da média do mercado. É uma leitura pragmática do momento, capaz de atender a uma procura irregular sem apostar tudo em um único trem de força.

A empresa também chama atenção para os custos em alta: mesmo com vendas em crescimento no terceiro trimestre, o lucro operacional recuou 30%, em parte por tarifas nos Estados Unidos. A Alemanha segue como mercado-chave para a Hyundai, mas as preferências variam muito pelo continente — do apreço por compactos no sul à demanda por modelos mais potentes em território alemão. Essa diversidade evidencia como gostos e orçamentos europeus continuam fragmentados, um quebra-cabeça para qualquer estratégia única.

Ao mesmo tempo, a marca dobra a aposta em design, qualidade e no desenvolvimento da Genesis. Decidiu encerrar a produção do Hyundai i10, argumentando que esse tipo de carro só fará sentido como elétrico no futuro. Sua missão passa ao Inster — um sinal importante para quem busca um veículo voltado à cidade e um movimento para preservar a presença da Hyundai nesse segmento urbano.