A Dodge dá sinais de que quer se reconectar com o que fez o nome do modelo ganhar força. Após a recepção desigual do Charger Daytona elétrico, a liderança da Stellantis recalibrou a rota e hoje está aberta a recolocar um V8 a gasolina no novo Charger. Matt McAlear, CEO da marca, indicou que um V8 sob o capô não deveria surpreender ninguém — observação que soou como o recado mais claro até agora para os leais à Dodge.

O candidato mais provável é o Hemi 5,7 litros, com cerca de 395 hp e 556 Nm de torque. O motor já foi adaptado à plataforma STLA Large que sustenta o novo Charger e a Ram 1500. Em combinação com a clássica tração traseira e um câmbio manual, devolveria ao modelo aquele caráter à moda antiga.

Hoje, o Charger R/T com o seis-cilindros Sixpack entrega 420 hp, enquanto o Scat Pack Plus elétrico chega a 670. Mesmo que o conjunto a gasolina perca no papel, promete aquilo que os entusiastas aguardam — som, resposta, emoção. No uso real, esse conjunto de sensações costuma pesar mais do que os números.

A Dodge não crava prazos, e a possível volta do V8 é mais do que um gesto nostálgico. É um reconhecimento de que temperamento e envolvimento ao volante não se reproduzem por alto-falantes. O Charger pode voltar a ser uma declaração direta do muscle car americano.